Um ano depois das eleições e marcando o fim do nono ano do poder socialista, o PSD convidou os jornalistas para um conversa política.
Disto se faz notícia por ser inédito em Paços de Ferreira; pelo que se saúda a iniciativa num meio onde se prefere o ambiente de jornalistas amestrados e convenientes, sobretudo disponíveis para editar sem perguntar e acima de tudo acreditar pois o poder não mente!
Partilhamos com os nossos leitores a conversa que tivemos com este partido, dado que foi uma boa troca de impressões orientada para os tempos que aí vêm.
A obra que não se vê
De facto não se encontra. Diz o PSD que com o advento do socialismo às terras do Ferreira se eclipsou o dinamismo estrutural do investimento público.
Aqui chegou a auto-estrada e fizeram-se as variantes do “poder local”, também a de Penamaior a Meixomil, seguida da ligação de Figueiró a Freamunde por via rápida.
No consulado de Humberto a expectativa da chegada do comboio está anunciada mas não se prevê o seu aparecimento em tempo útil. Apenas há que verificar a rotunda de Sobrão que afinal ali está a provar que fazia falta.
A promessa permanente
Perante a promessa permanente do executivo tem o PSD tomado uma atitude de reserva, deixando o tempo mostrar as fragilidades das mesmas e acreditando-se que os eleitores já perceberam o que se passa.
Verifiquem-se as promessas:-
- comboio, onde está? mas já iludiu eleitores em setembro de 2021
- casa das artes, onde está? mas já iludiu eleitores em setembro de 2021
- ETAR não se resolve, mas afirmava-se em 2021 não serem conhecidos problemas de funcionamento!
- Recuperação da Citânia, onde está? Depois de ter sido atribuído um subsídio para obras, entretanto desviado para outros fins, foi anunicada uma candidatura para recuperação da casa mãe da Citânia! isto em 2021, até hoje! Tudo igual.
- recuperaçao das margens do rio Ferreira, onde está? mas já iludiu eleitores em 2021.
- adesão á área metropolitana do Porto! Era urgente, mas agora aceita-se o perfume da CIM para o Centro Tecnológico
- Escola Profissional, anunciada publicamente várias vezes, mas não arranca apesar do presidente da câmara e da escola ser o mesmo! (Há mais exemplos, mas fiquemo-nos por aqui, por hoje)
O risco financeiro
Os socialistas tomaram o poder e anunciaram uma reestruturação financeira do município alegando um pesado passivo que “impedia” o normal desenvolvimento do concelho. E prometendo novos mundos ao mundo, pois nas rédeas do poder tudo iria piar fino; ora vejamos, então:
Nove anos depois da ilusão, estão registados nas contas da edilidade cerca de 20 milhões de euros como imparidades e/ou riscos de ocorrências de prejuízos futuros em consequência do pedido de insolvência da PFR Investe.
Prevaleceu a vontade/teimosia de quem manda, precipitado pelas soluções simples e clarividentes mas que deixam rasto como se vê, Imponderáveis de decisões preocipitadas disponíveis para aparecer em tempo que virá como estando “em pagamento”…
Resgate das Águas – apesar de toda a gente ter percebido que o que se pretende é a negociação -, o presidente mantém a sua “palavra” pelo que no próximo exercício terá de contabilizar como ocorrência um risco de execução no valor de 60 milhões de euros.
Nestas duas ocorrências chegamos, pelo menos, aos Oitenta Milhões de Euros. Não será demasiado caro e arriscado para o concelho assumir este risco por uma questão de personalidade?
Quer isto dizer que depois de tomar o poder na onda da água a maioria socialista brandiu o discurso da boa gestão financeira da coisa, mas prepara-se para terminar o seu terceiro mandato com uma dívida descomunal que só maningâncias jurídicas e contabilísticas permitem adiar.
Mas a chuva acaba sempre por cair, até em dias de verão!
A vergonha da ETAR
Verifica-se que para o eleitorado do concelho os problemas na ETAR são pouco relevantes e jogam todos em desfavor da (paciente) população vizinha de Lordelo.
Para a maioria socialista esta obra foi sempre uma opção de investimento financeiro e político usando verbas comunitárias e procurando disso tirar proveito, nomeadamnete procurando poupanças na obra e consequentes aceitações de propostas que desqualificaram o projecto inicial.
Mas a vergonha é total quando se percebe que o contrato de adjudicação não foi cumprido e a Câmara não questiona pela via jurídica esse incumprimento dispensando-se assim de defender o interesse público.
Mas porque será que o presidente tão sensível à boa gestão da coisa pública não dá mostras de nenhuma inquietação sobre esta manobra?
Dinamismo económico
Aqui, neste assunto, os elementos do PSD falam com orgulho e apontam o dinamismo económico como princípio da actividade política.
Nos últimos nove anos, a economia caiu e o dinamismo económico ressente-se com a falta de entusiasmo da Câmara pela internacionalização dos negócios das empresas bem como pela falta de empenhamento na qualificação de melhor emprego e salários para oferecer à população.
Antes se verifica a estruturação da política do “subsídio” que mais não tem sido do que o método usado para condicionar o eleitorado e assim “garantir” a maioria de votos.
A marca PSD
A Marca Paços de Ferreira – Capital do Móvel constitui um activo imaterial do concelho e muito ajudou na divulgação da nossa terra em todo o mundo.
Hoje é preciso perguntar por ela pois sobre ela nada se vislumbra. Acontece que é propriedade da Câmara Municipal e deveria ser promovida, mas o desinteresse da edilidade no assunto é evidente.
E foi assim que surgiu a questão colocada aos dirigentes sociais-democractas: qual o valor estratégico da marca “PSD” na nossa terra?
Esta questão surgiu, já a noite ia longa, permitiu algumas abordagens ligeiras mas ficou como assunto em aberto, talvez para daqui a um ano se houver oportunidade e convite para falarmos sobre a “década socialista” em terras do Ferreira.
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Foto de arquivo